Quem sou eu

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Sou o eu-lírico oculto na sombra fria da palavra mais bonita.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Oração

 E esta é a primeira oração que faço em anos:
 "Pai, me permita pecar apenas por maldade. Pois se antes pequei não o fiz por mal. Eu, que não consigo mais sem sentir no íntimo o peso das palavras de quem me toma com um mau caráter. Pai, permita a mim, o mais teimoso dentre os teus filhos, ser mau para que eu não me sinta tão mal... Mal de uma forma que só Deus sabe."

 E a impressão que eu tenho, é de que esta não é a primeira vez que faço esta oração...

-Adolfo J. de Lima

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Enquanto viajava de Natal a Jampa

 Eu tentei dobrar um pedaço de papel ao meio sete vezes mas não consegui. Depois de algumas tentativas frustradas me coloquei a pensar na razão disso.
 Enquanto observava a paisagem eu cheguei a conclusão de que a perfeição há em cada uma das coisas simples que Deus pôs no mundo e que o homem jamais será capaz de criar igual. Desde as pequenas pétalas a beijar o precipício de um morro ao azul do céu cheio de nuvens brancas.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Meia-noite no Andaluzia

 Se eu realamente esqueci o nome de alguém, dá um desconto que escrever com sono as três da manhã é peso!..


Aquela casa lá na esquina, mal assombrada,
nunca mais terá o mistério que um dia ela teve.
Nunca mais passaremos uma madrugada
feito aquelas em que Pedro Metralha esteve
conosco - ainda que ele estivesse a metralhar.
Os tempos em que Carol era a minha vizinha,
haja o que houver, nunca mais irão voltar...

Hoje sabemos que são as ditas francesinhas,
a terceira rua deixou de ser esquecida,
e ainda assim rimos das piadas sobre o Fofão
se parecer com Maria Helena, a salva-vidas,
ou do Felipe correndo da construção...

Talvez não tivéssemos muito o que fazer
além de jogar cartas debaixo de algum
poste. De ir jogar UNO na área de lazer
ou de ficar ali conversando com Gugu.
É verdade, apareceram Kainan e George
aqui no condomínio quando Alex e André
resolveram não aparecer. Pena que os dias de hoje
não são iguais aos de muito antes: um dia qualquer
era o melhor dentre todos os nossos dias.
Qualquer dia era dia de irmos todos à piscina.
Eram dias nos quais todos diziam que eu saía
na esperança de ver Isa dançar entre as meninas...
01 de agosto de 2010 - 03h 22min

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Conto do meu jardim de morte - Petalum III

Havia, sob um céu que parecia ter sido pintado,
um jardim. Nele havia uma fonte onde eu via meu reflexo
- Onde outrora, diante desta mesma, eu me vi perplexo
ao ver contra meu crânio a descendência de um machado.

Eu não havia percebido; ela surgiu ali de repente
e com um único golpe me matou a sangue frio...
Lentamente o jardim se tornava um lugar sombrio
enquanto o meu sangue gotejava vermelho e quente.

Ela sussurrou algo antes de deixar-me ali sozinho
e ainda assim a sua voz se mantinha muito afetuosa.
A amava... Atrás de si ela deixou uma trilha de rosas
e eu quis, mas a trilha aumentava a cada espinho.

"Talvez eu não te peça perdão por ser tão impiedosa
porém me tenha sempre como a flor mais delicada
Pois são feitas de dor todas as coisas reservadas
para quem se arrisca pelo perfume de uma rosa"

-Adolfo J. de Lima

Para quem nunca passou uma noite a ver a chuva cair

Esta noite eu me deitaria em meu leito
feito eu faria numa noite normal
mas lá fora está vindo um temporal...
Na verdade, o temporal já é desfeito.

E toda esta precipitação
logo se faz uma inundação
cá dentro.

-Adolfo J. de Lima

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ditos de um "burguês"

 Um punhado de pessoas te me chamado de "burguês" e isso tem me irritado um pouco ultimamente...
 Eu não sou rico. Se muitos problemas no mundo existissem por causa de dinheiro apenas, talvez não teríamos tanto com o que nos preocupar. Eu e uns tantos outros não somos "burgueses". O problema é que muita gente se deixa encher os olhos com tão pouca coisa. Eu não sou rico. Vocês é que são pobres... pobres de espiríto.

-Adwolf

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Valores e razões

 Não penso eu que eu queira ser o dono da razão. Eu procuro sobreviver as razões dos outros e tentar entender as minhas.
 Não penso eu que eu não dou valor ao que os outros dizem. Se assim for, todos os outros dão muito menos valor ao que eu não digo.

-Adwolf

sábado, 8 de maio de 2010

"Mais fútil do que isso acho difícil!" - pensei na hora comigo mesmo pela terceira vez

  "Mais fútil do que isso acho difícil!" - penso comigo mesmo pela terceira vez...
 É o seguinte, não estou onde devo estar para agradar você e todos aqueles que fingem ser seus amigos. Pra mim tanto faz se forem ou não pro inferno. Não estou a fim de me preocupar com toda a vossa grandiosa futilidade e me tornar tão fútil quanto você. Não estou com a mínima vontade de me deixar levar pela minha boa - ou até mesmo a má - vontade e fingir que dou algum valor à sua amizade.

-Adwolf

...

 Se cheguei alguma vez a pensar que já sou um homem é porque me tratam como tal desde que eu me lembre.
 Me pergunto se ser homem é nunca ter que chorar. Se ser dono do própio nariz é não dever satisfações a ninguém. Me pergunto porque anos atrás, chorei toda uma madrugada até que eu reavesse a minha mãe.
"Não é sempre que nós merecemos
o tratamento que recebemos".

-Adwolf

Anacrônico

Esse post aqui é pra Arthur "Mr. Mime" Hudson...

 Vivemos no presente... agora passado. Fazemos hoje tudo aquilo o que julgamos ser o futuro.
 Não falta quem diga que mexer no passado alterará o futuro. Eu digo que o presente é passado. Que viver é distorcer o futuro.

-Adwolf

terça-feira, 4 de maio de 2010

Surto com cerejas

Essas palavras são fruto
de um voluptuoso surto.
Não são só suas bocas
eu as quero todas.
Cada uma que eu vejo
e nunca beijo.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Vermelha cereja...
Eu te quero toda.
Quero de novo a tua boca.
Quero a ti que não me beija.


Com um giz de cera
de cor vermelha
eu pintei uma cereja...


Eu desenhei então a tua boca
com um simples giz de cera.
Pintei da cor que eu quis
com um giz de cor vermelha.
Giz da cor de uma cereja.

-Adalwolf

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Disaterpiece

 Sempre caminhei sozinho e não sei porquê achei que isso iria mudar. Há muito tempo atrás eu era tido como um monstro. Eu era tido pelos outros como o mais cruel por estar sempre onde eu devia estar: cada vez mais, e sempre, furioso atrás das respostas. Só que ultimamente eu estive me vendo tomado por uma raiva ridícula. E tudo por porque eu não sabia direito aonde ir. Porque tive medo de fazer as perguntas.
 Pensando nisso, me lembrei de uma garota que queria me dar sermões porque eu não me deixei subjulgar pelas suas palavras ditas aos sussurros. Porque pedi que ela falase baixo comigo. Porque não sou muito inclinado a falar o que ela e outros querem ouvir. "Mais fútil do que isso acho difícil!" pensei na hora comigo mesmo - pela segunda vez.
 Deixei então de me escutar dizer que "Aqui não há amigos. No máximo podemos ser todos coleguinhas. E se tiver achando ruim, tome no seu c* e mora!".
 Sempre caminhei sozinho e não sei porquê  achei que isso iria mudar. Por mais que você chegue a gostar deles, eles vão te abondanar. Porque eles estão tão preocupados com a futilidade do mundo que se tornam tão fúteis quanto todos os outros juntos.

-Adalwolf

sábado, 24 de abril de 2010

Monólogo no escuro da sala de jantar

-Dofo, antes você não era assim...
-Estou começando a me cansar de fazer tudo a fim de agradar a todos.
-Mas por que isso?
-Apenas porque vocês vivem dizendo que eu não faço nada que preste.

A cerca de um tapa na cara

Cara, que se foda! eu não quero nem
saber se você tem ou não razão.
Não até que eu me decida se pro
que você fez existe ou não perdão;
se devo reconsiderar ou não
a ótima idéia de quebrar a sua mão.
01h 21min

-Adolfo J. de Lima

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O amor

 Quanto mais eu tento esquecer o assunto, mais eu penso que o ser humano é uma criatura desprezível. E impomos isso até contra o que denominaram amor. Porque temos que nos sentir amados, não basta saber que alguém nos ama.
 E mesmo sabendo o que é, todo o mundo pergunta "o que é o amor?". Tão desprezíveis que somos  nós,  fomos capazes de corromper o amor de forma a satisfazer nossa egoísta subjetividade.

-Adolfo J. de Lima

Em cima do muro

 Em cima do muro... Acho tanto estranho quanto irônico ouvir logo você dizendo que está em cima dele.
 Estranho porque isso não combina com os seus olhos iguais aos de uma leoa. Olhos de uma pessoa sempre decidida a fazer tudo pela felicidade das pessoas de quem gosta.
 Irônico porque há tempos atrás eu estava pra te adotar como como o meu ego: uma flor de pétalas brancas saindo de um muro...
"De que são feitas essas suas quatro paredes?
De indiferença ou você só tem medo do mundo?
Você vai jogar tijolos nas cabeças deles
ou tremer até que te derrubem do muro?"

-Adolfo J. de Lima

sábado, 10 de abril de 2010

A um anjo de olhos claros

 Estive pensando ultimamente nas coisas que você fala e no que falam sobre você.
 É verdade, você é uma garota muito bonita. E infelizmente também é verdade o fato de que por isso há indivíduos que a querem só pra exibi-la como a um troféu. Mas não é por causa disso tudo, ou de coisa alguma, que você irá pensar em querer ser feia na esperança de que alguém realmente goste de você. Porque esse alguém deve gostar de ti do jeito que você é...
 Outra vez uma amiga sua falava que você é uma pessoa muito ansiosa. Falava que por causa disso os outros se afastam de você. "Mais fútil do que isso acho difícil!" pensei na hora comigo mesmo. Eu não acho que seja ansiosa. Pra mim, você é muito mais sincera com as pessoas de quem gosta do que elas esperam que você seja. E por não gostarem tanto de ti quanto você gosta delas, simplesmente te abandonam.
 Mas e daí se você sonha demais?! Não chore, você é uma garota linda! Seus belos olhos falam mais sobre você do que você mesma imagina!

-Adolfo J. de Lima

Monólogo na beira da calçada

-O que foi, Adolfo? Por que você tá tão calado?
-Hein? Nada não!... Relaxe... Só pensando...
-Ah! tá. Pensando no que, então?
-Uhm? Em nada que te faça feliz... em tudo o que me faz triste.

sábado, 3 de abril de 2010

O Principal de Tudo! - À Myrlla (Feliz aniversário!!!)

 Não deixe as palavras serem levadas pelo vento. Não as deixe cair no esquecimento. Não os leia apenas, pense no significado de cada um desses versos.


Geralmente penso primeiro você
pra ser dos nossos versos o tema.
Mania - desenho várias reticências
antes de começar qualquer poema.

Penso na vontade de te querer sempre por perto.
Penso sobre as razões para tamanho afeto.
Eu penso nesse nosso carinho que será eterno.
Sobre querer estar sempre contigo.
Em me prender nos teus abraços.
No sorriso que guardo sempre comigo.
Me pergunto se merece a mim, sendo tão boa.
No seu cheirinho bom em minha camisa.
Penso nos seus olhos iguais aos de uma leoa.

Penso no quão bem eu sempre te quis.
Eu já pensei nos nossos ciúmes.
Penso nas raivas que eu já te fiz.
Penso sobre os beijos que eu nunca roubei.
Penso no quanto te acho bonita.
Penso muito nos beijos que eu já ganhei.
Eu pensei muito nos nossos medos.
No seu gosto por jujubas.
Pensei muito sobre os seus segredos.


Eu penso nas trocas de confidências.
Nas coisas que só Myrlla sabe.
Nos lanches que me levarão a falência.
Eu penso nas súbitas saudades.
Penso nas viagens de busão.
Penso sobre essa amizade.
Eu penso sobre sempre estarmos agarrados.
Nos seu conselhos e sermões.
Naquele nosso caminhar sincronizado.

Pensava no que os outros ficavam a falar.
Na pergunta que você nunca me fez.
No que senti quando soube que te fiz chorar.
Sobre quando largo tudo pra te ver.
Nos sonhos que já tive contigo.
-certo de que eu nunca vou te esquecer.
Sempre certo de que por ti tudo farei
penso também no que sinto por ti
-dentre todas, foi de ti que eu mais gostei.

-Adolfo J. de Lima

sábado, 27 de março de 2010

Conto do meu Jardim de Morte - Petalum

 Naquela noite, agachado sobre a pedra que um dia será minha lápide, eu quase pude ouvir o frio do vento.
 Lá estávamos eu e o que julguei ser a minha sombra, no jardim. Haviam pétalas espalhadas pelo chão e tudo o que restara foram espinhos. Alguém as recolhia todas - uma pétala desbotada para cada lágrima minha não derramada.
"Eram tantas rosas...
todas regadas com o meu pranto.
Estão todas mortas
pelo perfume de um lírio branco."

01h 05min - Adolfo J. de Lima

Solitarius

 A paixão é passageira. Nós somos todos passageiros. Mas sempre há a possibilidade de deixarmos algum rastro.
 Caminhando sempre sozinho, todos aqueles rostos a cruzar o meu caminho me eram tão familiares... Até que num dia desses qualquer, ao me encontrar comigo mesmo, lúcido, chamaram-me de insano. Foi quando percebi que nenhum deles eu conhecia de fato.
 A paixão é passageira. Nós somos todos passageiros. Sempre há uma hora em que queremos sumir sem deixar rastros.

-Adolfo J. de Lima

domingo, 21 de março de 2010

Um punhado de tédio...

 Não sei o que você pensa a respeito, mas tudo isso me é um tanto pertubador!
 Quem me dera ter o luxo de sentir preguiça! Não ter que escutar a mim mesmo se queixar por não arranjar o que fazer. Quem me dera sentir preguiça... Ter que agradecer apenas a mim mesmo enquanto olho pro vazio... Agradecer ou balbuciar coisas sem sentido apenas ao meu vazio...
 Seria bom uma vez ou duas ter alguém comigo enquanto vejo o tempo passar. Me cansei de admirar a morte de insetos sozinho no canto do meu quarto.
 Ah! sim, o meu quarto... Cubículo de atmosfera sufocante no qual eu não vejo o tempo se arrastar. Vejo ele ser tecido e distorcido nos fios de uma aranha minúscula.

-Adolfo J. de Lima

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quinta-feira, 18 de março de 2010

Conto - Abyssus

 Ela sempre teve os olhos estranhamente escuros. Talvez fossem azuis... ou cinzas... não sei dizer. Sei apenas de uma vez na qual em seu olhos eu vi os meus, enevoados.
 Delicadamente, feito faz o vento, ela sibilava algo em meu ouvido...
"Foi apenas você quem eu
quis comigo desde o princípio.
Atire-se nos meus braços
-feito se faz num precipício".

-Adolfo J. de Lima

terça-feira, 16 de março de 2010

Conto - Jardim de Morte

 No céu a lua levava consigo um brilho que lhe fazia parecer doentia. Eu estava a sós comigo mesmo no jardim, contemplando-o. Havia um vulto a se mover ali na penumbra mas ludibriado pelo perfume da rosas não lhe dei merecida atenção. Apunhalaram-me duas vezes nas costas então.
 Depois de cair sobre aquela terra fofa e escura, me lembro apenas da voz um tanto afetuosa que me fez uma ultima confidência:
"Eu não quero ter que ouvir os outros,
ter que engolir seus comentários vis.
Eu tinha que fazer contra você
o abominável ato que te fiz".

-Adolfo J. de Lima

Veritas

Quando finalmente perceberam que eu não escondo ou mostro minha face, seja ela qual for, chamaram-me de estranho. Confudiram-me, só eles sabem com o que, quando sincero me virei pelos própios do avesso.
E eles se encolhem todos diante de meu silêncio, me temem por olha-los através de sua carne, nos olhos... Por rasga-los, rasgar as suas mentiras e mastiga-las cruas até o ressumar da íntima verdade.

-Adolfo J. de Lima

quinta-feira, 11 de março de 2010

Estado de um sujeito que considera a realidade unicamente pelos seus estados de consciência

Minhas palavras são o eco de tua egoísta subjetividade. A mágoa herdeira de toda a raiva que pode vir a surgir com o início de uma falsa amizade. Subjetividade a sua que em raiva convertida verte por entre os meus cerrados dentes.
Quem me dera não ter só amado, mas ter também me apaixonado. Ter sido tão cruel comigo mesmo. Mas não foi possível por causa de nosso eterno egoísmo, porque a criatura mais difícil de se matar é a si mesmo. Porque eu não me via capaz de se sacrificar por alguém. Capaz de furar as mãos por uma rosa...
Porque não quero deixar gotejar o que me é mais rubro sobre desbotadas pétalas, ver o que sinto sangrar e secar por sobre a terra.

-Adolfo J. de Lima

Lilás

Fim de tarde. Pela janela da área de serviço eu admirava o crepúsculo. Sozinho
Lilás, a cor do céu. Eu tentava contar todas as cores e suas tonalidades que eu havia encontrado nas nuvens. Dar nome a todas as formas.
Eu pensava somente em ti. Entre duas nuvens havia um espaço que - por incrível que pareça - tinha forma idêntica a de um coração.
Sem que eu percebesse ele se desmanchou. Desde então fico a olhar pro céu, pras nuvens. Me pergunto se não te perdi pra sempre.
Mas tudo isso foi há um bom tempo atrás...

-Adolfo J. de Lima

Folga

Se as mães tiram férias, meu bem querer? Sim, elas tiram... Posso dizer que elas tiram...
Elas não o fazem somente quando se recusam a criar os filhos, mas também quando eles deixam de se sentirem amados.
Sim elas tiram férias. Férias permanentes.

-Adolfo J. de Lima