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Sou o eu-lírico oculto na sombra fria da palavra mais bonita.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Meia-noite no Andaluzia

 Se eu realamente esqueci o nome de alguém, dá um desconto que escrever com sono as três da manhã é peso!..


Aquela casa lá na esquina, mal assombrada,
nunca mais terá o mistério que um dia ela teve.
Nunca mais passaremos uma madrugada
feito aquelas em que Pedro Metralha esteve
conosco - ainda que ele estivesse a metralhar.
Os tempos em que Carol era a minha vizinha,
haja o que houver, nunca mais irão voltar...

Hoje sabemos que são as ditas francesinhas,
a terceira rua deixou de ser esquecida,
e ainda assim rimos das piadas sobre o Fofão
se parecer com Maria Helena, a salva-vidas,
ou do Felipe correndo da construção...

Talvez não tivéssemos muito o que fazer
além de jogar cartas debaixo de algum
poste. De ir jogar UNO na área de lazer
ou de ficar ali conversando com Gugu.
É verdade, apareceram Kainan e George
aqui no condomínio quando Alex e André
resolveram não aparecer. Pena que os dias de hoje
não são iguais aos de muito antes: um dia qualquer
era o melhor dentre todos os nossos dias.
Qualquer dia era dia de irmos todos à piscina.
Eram dias nos quais todos diziam que eu saía
na esperança de ver Isa dançar entre as meninas...
01 de agosto de 2010 - 03h 22min

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Conto do meu jardim de morte - Petalum III

Havia, sob um céu que parecia ter sido pintado,
um jardim. Nele havia uma fonte onde eu via meu reflexo
- Onde outrora, diante desta mesma, eu me vi perplexo
ao ver contra meu crânio a descendência de um machado.

Eu não havia percebido; ela surgiu ali de repente
e com um único golpe me matou a sangue frio...
Lentamente o jardim se tornava um lugar sombrio
enquanto o meu sangue gotejava vermelho e quente.

Ela sussurrou algo antes de deixar-me ali sozinho
e ainda assim a sua voz se mantinha muito afetuosa.
A amava... Atrás de si ela deixou uma trilha de rosas
e eu quis, mas a trilha aumentava a cada espinho.

"Talvez eu não te peça perdão por ser tão impiedosa
porém me tenha sempre como a flor mais delicada
Pois são feitas de dor todas as coisas reservadas
para quem se arrisca pelo perfume de uma rosa"

-Adolfo J. de Lima

Para quem nunca passou uma noite a ver a chuva cair

Esta noite eu me deitaria em meu leito
feito eu faria numa noite normal
mas lá fora está vindo um temporal...
Na verdade, o temporal já é desfeito.

E toda esta precipitação
logo se faz uma inundação
cá dentro.

-Adolfo J. de Lima