Quem sou eu

Minha foto
Sou o eu-lírico oculto na sombra fria da palavra mais bonita.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Conto do meu jardim de morte - Petalum III

Havia, sob um céu que parecia ter sido pintado,
um jardim. Nele havia uma fonte onde eu via meu reflexo
- Onde outrora, diante desta mesma, eu me vi perplexo
ao ver contra meu crânio a descendência de um machado.

Eu não havia percebido; ela surgiu ali de repente
e com um único golpe me matou a sangue frio...
Lentamente o jardim se tornava um lugar sombrio
enquanto o meu sangue gotejava vermelho e quente.

Ela sussurrou algo antes de deixar-me ali sozinho
e ainda assim a sua voz se mantinha muito afetuosa.
A amava... Atrás de si ela deixou uma trilha de rosas
e eu quis, mas a trilha aumentava a cada espinho.

"Talvez eu não te peça perdão por ser tão impiedosa
porém me tenha sempre como a flor mais delicada
Pois são feitas de dor todas as coisas reservadas
para quem se arrisca pelo perfume de uma rosa"

-Adolfo J. de Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário